Liberdade drogada, perdida

Condenação.
Meu anjo caído,
Tua Maldição,
Meu coração perdido.

Esquece a Liberdade,
Que há muito te foi negada.
Sabemos que é a pura verdade.
Foste deveras enganada.

Embrenhaste-te nas manhas,
Na perversidade do aliciamento.
Que te fez subir às montanhas,
Rasgando a sangue teu pensamento.

Que era livre como uma pomba,
Voando, límpido pela luz.
Agora turvo, agora tomba,
Pregando tuas asas na cruz.

Meu anjo caído na tua dor,
Onde te foste embeber?
Trocas-te tua liberdade, teu amor,
Por um momento efémero de prazer!?

Com essas drogas te trespassas-te.
Farpas geladas do eterno Inverno.
Com o vício eterno te impregnas-te,
Queimar-te-á num abraço terno.

A Liberdade, já sem sentido.
Por ti própria te foi negada.
Repetições, Mundo esquecido.
Asas quebradas de madrugada.

E a tua doce condenação,
Meu pequeno anjo caído.
Não mais livre teu coração,
Lágrimas de sangue, futuro perdido,
Tarde de demais, caiem em vão...